Como atender a CVM 193/23, a qual instituiu as normas IFRS S1 e S2 para as companhias abertas, de forma obrigatória, a partir do ano fiscal de 2026?

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Uma das principais dúvidas trazidas por nossos alunos e/ou clientes é como fazer este relatório.

Recentemente, tivemos uma orientação do IFRS sugerindo fortemente a aplicação da estrutura do Integrated Reporting ou Relatório Integrado como base para aplicação das normas. Veja alguns textos trazidos do próprio IFRS:

“A Fundação IFRS apoia fortemente o Relato Integrado (RI) como base e recurso para o International Sustainability Standards Board (ISSB) porque os princípios da Estrutura de Relato Integrado, como conectividade, contexto e pensamento integrado, ajudam a vincular informações financeiras e de sustentabilidade e melhorar a qualidade das divulgações corporativas. O ISSB usa esses princípios em seus padrões, como o IFRS S1, para promover relatórios corporativos abrangentes e conectados, com o objetivo de fornecer aos investidores as informações necessárias para tomar decisões informadas.

Como o relatório integrado serve como base

Conceitos de conexão: a estrutura de RI fornece uma visão holística de como uma organização cria, preserva ou corrói valor ao longo do tempo, considerando várias formas de capital (financeiro, natural, humano etc.).

Alinha-se com as normas do ISSB: o ISSB incorporou conceitos da estrutura de RI em suas normas, como IFRS S1 e S2, para facilitar a integração de sustentabilidade e divulgações financeiras.

Promove o pensamento integrado: os princípios da estrutura promovem o “pensamento integrado”, que incentiva as organizações a conectar informações financeiras e de sustentabilidade em seus processos de relatórios e tomada de decisões, de acordo com a IFRS Foundation.

Definição de padrões: o Integrated Reporting and Connectivity Council (IRCC), um órgão consultivo da IFRS Foundation, orienta o IASB e o ISSB sobre como aplicar os princípios do IR Framework a seus projetos.

Benefícios para emissores e investidores

Melhores informações para os investidores: com base na estrutura de RI, o ISSB visa melhorar a qualidade e a comparabilidade dos relatórios corporativos, o que ajuda os investidores a avaliar riscos e oportunidades relacionados à sustentabilidade.

Relatórios coesos: a estrutura de RI incentiva uma abordagem coesa para relatórios corporativos, conectando diferentes tipos de divulgações e promovendo a eficiência para as empresas, aproveitando dados multifuncionais.

Responsabilidade aprimorada: a estrutura aumenta a responsabilidade por todas as formas de capital usadas por uma organização, promovendo uma melhor compreensão de suas interdependências.”

A IFRS S1 Requisitos Gerais para a Divulgação de Informações Financeiras Relacionadas com a Sustentabilidade integrou conceitos da Estrutura de Relato Integrado, com base na Estrutura:

  • As definições de sustentabilidade e os recursos e relacionamentos (capitais) dos quais uma empresa “depende ou afeta” para criar, preservar ou corroer valor ao longo do tempo; e
  • As divulgações sobre riscos e oportunidades relacionados à sustentabilidade e a importância das informações conectadas exigidas pelas IFRS S1 e IFRS S2 Divulgações Relacionadas ao Clima podem ser incorporadas a um relatório integrado para fornecer aos usuários de relatórios financeiros de propósito geral informações comparáveis e materiais que lhes permitam tomar decisões sobre o fornecimento de recursos para a empresa.”

E qual a diferença entre um Relatório combinado e um Relatório Integrado?

Um relatório combinado mescla uma série de divulgações existentes, incluindo, por exemplo, o relatório financeiro da organização, o relatório de sustentabilidade, os registros de governança e o conteúdo do site. Embora o relatório combinado ofereça um resumo rápido das informações organizacionais, ele também pode sofrer várias desvantagens. Enquanto cada relatório de componente tem um propósito bem definido e é preparado com um público específico e um conjunto de necessidades de informação em mente, o relatório consolidado é necessariamente maior em volume e mais amplo em escopo.

Por outro lado, um relatório integrado usa o conceito de criação de valor ao longo do tempo para examinar as informações de maneira mais ajustada do que um relatório combinado. Um relatório integrado destina-se a facilitar a visualização das conexões entre as informações, e sua ênfase na concisão é auxiliada por seu foco e clareza de propósito.

Concluindo, um dos principais desafios de atendimento às Normas IFRS S1 e S2 é entender como demonstrar ao regulador e aos provedores de capital como os riscos e oportunidades relacionados a sustentabilidade são refletidos nas demonstrações financeiras, tendo em vista os riscos a curto, médio e longo prazos. A melhor forma de demonstrar o atendimento é construir o seu Relatório junto ao Relato Integrado e demonstrando como cada item se conecta às demonstrações financeiras.

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